Febre da Carraça


Conhecida também como Babesiose equina ou Piroplasmose, essa doença do sangue caracteriza-se por ser uma infecção parasitária causada pela Babesia Equi ou Babesia Caballi. Apesar do carraça ser o principal transmissor, pode também ser transmitida por agulhas e instrumentos cirúrgicos contaminados.

A Piroplasmose não é transmitida de cavalo para cavalo.
Apesar da proteção (anticorpos) que um portador assintomatico tem, pode vir a apresentar sinais agudos em situações de stress: cavalos infectados por B. Caballi podem permanecer em estado de latência por mais de quatro anos e aqueles infectados por B. Equi podem até mesmo nunca desenvolver a Piroplasmose.


Sintomas

Tratamento

Prevenção

Diagnóstico


SINTOMAS

A febre da carraça pode ser comparada à Malária devido a alguns sintomas semelhantes como a destruição dos glóbulos vermelhos - hemólise - e anemia grave. Os outros sintomas dessa doença do sangue são decorrentes dessa hemólise, que ocorre durante a multiplicação das babesias. Eles podem aparecer após um período de incubação de 5 a 28 dias e são: febre, anemia causada pelo rompimento das células do sangue, amarelamento das mucosas e até incordenação e morte em casos extremos. Geralmente são observados sintomas mais brandos como depressão, falta de apetite, lacrimejamento, inchaço dos membros, além do animal permanecer deitado por mais tempo.
Se o animal sobreviver ao estágio agudo inicial, o caso muitas vezes torna-se crônico e o animal desenvolve o estado de portador. O cavalo começa a perder peso lentamente, permanecendo anêmico e apresentando picos febris leves, especialmente após a prática de exercícios.

 

A Piroplasmose não é transmitida de cavalo para cavalo
photo: P. da Silva

O estado de portador que o animal desenvolve após o caso tornar-se crônico é conhecido como portador assintomático. Isso quer dizer que o animal possui o organismo causador sem, no entanto, apresentar os sintomas da doença. Cavalos que vivem em áreas endêmicas geralmente são portadores de Babesia, mas raramente demonstram sinais clínicos: cavalos infectados por B. Caballi podem permanecer em estado de latência por mais de quatro anos e aqueles infectados por B. Equi podem até mesmo nunca desenvolver a Piroplasmose.
Os potros é que geralmente desenvolvem a condição de portador assintomático, pois são protegidos pelos anticorpos da mãe, adquiridos através do colostro. Com o tempo, o animal passa a produzir anticorpos, desenvolvendo imunudade ativa devido à exposição contínua ao parasita, Essa imunidade só é mantida enquanto houver presença de antígenos de babesia estimulando as defesas do animal.
Dessa forma, a Piroplasmose é grave em animais que nunca tiveram contato prévio com o protozoário causador da doença. Isso acontece porque, sem ter tido contato anterior, o cavalo não desenvolveu nenhuma espécie de imunidade.
Apesar da proteção que um portador assintomático tem, decorrente da exposição ao vetor, ele pode vir a apresentar sinais agudos em situações de estresse. Por exemplo, se ele for submetido a um tratamento cirúrgico de cólica, poderá apresentar crises agúdas no pós-operatório, obrigando o veterinário a um acompanhamento e monitorização clínica até o momento da alta.

 

  • Anemia grave - devido a destruição dos glóbulos vermelhos
  • Febre
  • Amarelamento das mucosas
  • Incoordenação e morte (em casos extremos)
  • Falta de apetite
  • Depressão
  • Inchaço dos membros
  • O animal permanece deitado por mais tem

 

Sobrevivendo ao estado agudo inicial, pode tornarse crônico e o animal passa a ser portador, porém como não apresenta sintomas, é conhecido como portador assintomatico.


TRATAMENTO

Existem diversos tipos de drogas que podem ser utilizadas no tratamento da Piroplasmose. Quanto ao tratamento, ele depende de alguns fatores para ser definido. Antes de mais nada deve-se esclarecer qual o objetivo desse tratamento, se ele servirá para a moderação dos sinais clínicos, para a eliminação da infecção ou para a prevenção da doença. Definido o objetivo, o próximo passo é descobrir o causador da infecção (se foi B. Equi ou B. Caballi), além da tolerância do cavalo à droga.
Há um consenso geral de que não existe uma droga que reverta o quadro de portador de cavalo. As drogas podem, no máximo, eliminar os sintomas clínicos. Atualmente tem se utilizado bastante o dipropionato de imidocard (Imizol), já que o hidrocloreto de imidocard é altamente ácido e pode provocar reações locais acentuadas nos animais.
É importante lembrar que qualquer que seja o tratamento, ele deve sempre ser feito com orientação médica, pois os efeitos colaterais podem ser graves. Entre estes efeitos estão a cólica, diarréia, salivação, sudorese e inflamação no local da injeção.

 

  • Descobrir o causador da infecção (B. Equi ou B. Caballi)
  • Uso de drogas como o IMIZOL que, no máximo, elimina os sintomas clínicos orientação médica para controlar os efeitos colaterais que podem ser graves (cólicas, diarréias, salivação, sudorese, inflamação no local da injeção)

 


PREVENÇÃO

Como Prevenir

A medida mais importante a se tomar no caso de Babesiose é quanto ao ciclo evolutivo do agente transmissor. Através do controle das infecções por carraça e com os cuidados necessários para se evitar a infecção por instrumentos, consegue-se uma diminuição da incidência da moléstia.
Para animais nascidos em regiões endêmicas, não são necessárias específicas de controle, já que eles adquirem imunidade através do colostro, que é reforçada mediante à exposição repetida à infecção.
A fim de se controlar a infecção, devem ser tomados os seguintes cuidados:

Assim como em casos de Malária, é possível fazer um tratamento preventivo nos cavalos que ficam em áreas contaminadas, ou que serão transportados para alguma.
A Piroplasmose é um problema para cavalos de desporte pois há uma queda no rendimento em treinamentos e provas, devido à menor oferta de oxigênio, decorrente da quebra das hemácias. É importante que seja dada uma atenção redobrada durante os meses de verão. O clima dessa época do ano favorece a proliferação de carraças, fazendo com que haja um aumento dos riscos de contaminação dos animais.

 

  • Pulverização periódica com insecticida
  • Higiene nos procedimentos cirúrgicos (esterilização dos instrumentos)
  • Distância entre cavalos e bovinos (acredita-se que as carraças do gado podem ser vetores da infecção)
  • Atenção redobrada no verão (epóca de proliferação das carraça, favorecendo aumento de riscos)

 

Esta doença diminui a performance dos animais e causa sérias crises periódicas que dificultam o treinamento. Existem ainda preocupações de teor econômico, pois um cavalo positivo é sempre um animal depreciado, já que têm seu trânsito dificultado em eventos internacionais e a saúde debilitada em casos de stress.


DIAGNÓSTICO

Feito através de exames laboratoriais (pesquisa de anticorpos no sangue)

Os exames laboratoriais devem ser solicitados para que seja feito o diagnóstico diferencial entre essa doença e outras como a influenza eqüina e a anemia infecciosa. O exame de Piroplasmose é bastante sensível e baseia-se na pesquisa de anticorpos no sangue. É indicado quando necessita-se fazer identificação do parasita. Ele detecta muito bem os casos crônicos e os portadores inaparentes.
Nos casos agudos, acompanhados de febre e de grande número de parasitas circulando, pode-se usar o exame de esfregaço sanguíneo (pesquisa de hematozoários). Esse método é o mais rápido, mas deve ser realizado por profissional acostumado à leitura desse tipo de exame, pois em casos leves, o resultado pode dar negativo mesmo o cavalo sendo portador.
Atualmente, já se realiza o teste por ELISA -com resultados confiantes-.

 

Conclusão:

Febre da Carraça, Babesiose ou Piroplasmose

Babesia equi

Em equinos, a doença é causada por protozoários denominados Babesia Equi e Babesia Caballi. Seus principais sintomas são febre, prostração, baixa performance, falta de apetite, cólicas frequentes e hemólise intravascular (destruição das hemácias) levando os animais à anemia, edema de membros e icterícia (amarelamento das mucosas) que em casos graves pode levar a morte. Se os animais já estiverem infectados, mas não apresentarem os sintomas clínicos, poderão manifestá-los desde que submetidos a um stress nutricional ou ambiental.

Para se previnir a doença, devemos combater as carraças com banhos periódicos, rotação de pastagens, higiene das baias e boxes e o usode agulhas descartáveis já que sua transmissão é feita pelos parasitas e também por meio de agulhas ou instrumentos cirúrgicos contaminados.

O período de incubação é de 8 a 10 dias e o animal infectado, pode manter-se em equilíbrio imunológico estabelecido entre os protozoários e anticorpostornando-se um portador. Os animais com doença crônica resistem durante meses e os portadores podem persistir nesta condição por períodos de até 4 anos. O diagnóstico é feito através da sintomatologia clínica, esfregaço sanguíneo em lâmina para pesquisa do hemoparasita, teste de fixação de complemento, hemoaglutinação passiva, inibição da fluorescência e atualmente é realizado o teste Elisa com resultados confiáveis.

 


© do site "A Cavalo!", proibida a reprodução total ou parcial de textos e imagens.
Toda e qualquer utilização abusiva destas imagens ou textos será penalizada por todos os meios legais ao alcance dos autores.