O PARTO |
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Inconvenientes: A rejeição
Riscos de rejeição pós parto
texto e foto: Paula da
Silva
A rejeição do poldro por parte da égua não acontece com frequência,
mas quando acontece é um problema muito grave.
As éguas primíparas assim como as que ficaram órfãs muito
jovens são as mais problemáticas.
As razões que levam uma égua a rejeitar a sua cria podem ser variadas, assim como o grau de rejeição. Quando uma égua rejeita o seu poldro á maiores probabilidades para que de futuro o repita novamente. Deste modo será aconselhável destiná-la para outras funções que não égua de ventre.
Uma égua primípara poderá sentir-se confusa depois do doloroso processo do parto, não reconhecendo a sua própria criatura. Frequentemente, o problema pode ser resolvido com um pouco de paciência. Se uma pessoa contiver a égua levantando uma canela dianteira e outro ajudante levar o poldro para que a égua o cheire e o lamba, os seus instintos maternais adormecidos, rapidamente acordarão. Deve-se repetir o processo de duas em duas horas, de noite e de dia, durante as primeiras 48 horas de vida do poldro. Normalmente tudo correrá bem nas seguintes horas não havendo mais necessidade da sua ajuda.
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Também acontece às vezes que a égua embora não seja agressiva com
o poldro, não lhe permita mamar, talvez por ter dores nos mamilos inchados.
A égua jovem só sabe que quando o poldro se aproxima para se alimentar, isso
provocar-lhe á dor.
Normalmente, se se limitarem os movimentos da égua com a ajuda de uma pessoa,
de modo a permitir que o poldro mame (amarrando a égua ou levantando a pata
dianteira), o problema será resolvido passadas algumas horas.
A égua ao descobrir que o poldro desta forma lhe alivia a pressão no úbere ao
mamar, não provocando dor, achará a experiência positiva. Assim ficará imobilizada
sempre que o poldro se aproxime para mamar.
Normalmente estes problemas podem-se revolver com uma pequena restrição das reacções anormais da égua. Em casos muito graves, porém, pode ser necessário empregar o uso de uma barra que segura a égua, que deve estar amarrada, contra uma parede sólida. A barra deverá estar à altura da ponta do ombro e serve para manter a égua parada enquanto o poldro pode ser posicionado para se alimentar, podendo entrar e sair livremente da área onde está a mãe passando por baixo da barra.
A coisa mais importante nas primeiras horas de vida é que o poldro consiga ingerir o colostro e que não seja reprimido pela mãe cada vez que se aproxima dela. Também temos que ter cuidado de verfificar que o poldro mame nos dois mamilos e não num só.
Em algumas éguas jovens a rejeição pode ser provocada pelos donos bem-intencionados que interrompem o procedimento de natural comunicação entre a égua e o poldro imediatamente depois de nascimento, no momento em que ela lambe o poldro molhado e inspira o seu cheiro. Este é um momento magico para eles.
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Com uma égua mais velha, não deveria haver problemas e pode-se
fazer o imprinting no momento do nascimento.
Durante o periodo em que se faz o imprinting e que dura mais ou menos um quarto
de hora, a égua sempre deveria estar à vista do recém-nascido.
O cheiro é importante no processo de união e reconhecimento entre
os animais.
Lidando com o gado e as ovelhas, por exemplo, vimos que se pode convencer uma
mae a adoptar um órfão se dermos desde o momento do nascimento só o leite
da mãe adoptiva. Isto poderia envolver ordenhar a futura mãe adoptiva
e alimentar o recem nascido com o seu leite num biberon. Este procedimento dará
ao recém nascido o cheiro da mãe adoptiva que o aceitará como
se fosse seu.
O papel jogado pelo cheiro das fezes nos cavalos pode às vezes não ser assim
tão fundamental, mas vale a pena experimentar, tendo presente que se a mãe
adoptiva tiver parido num dia diferente se tem que ordenhar a mãe verdadeira
para dar ao poldro o colostro, que só é produzido no dia do parto.
Temos que ter muito cuidado quando pomos pela primeira vez o poldro com a futura mãe adoptiva. Se a égua ficar nervosa poderá tentar de evitar o contacto, correndo na box ou agredindo o poldro. O uso da barra e a ajuda de uma ou duas pessoas para a ter parada enquanto lhe apresentamos o recém nascido é muito importante.
No primeiro dia nunca se deve deixar sozinha
a mãe adoptiva com o poldro, quer dizer sem estarem sob a vigilancia
de alguem. Não se devem também separar por nenhuma razão, excepto
se o processo se revela um fiasco porque a égua não o aceita, demonstrando
crescente intolerancia e agressividade.
Se não se incontra uma égua com leite que possa tomar o lugar da mãe
verdadeira, pode-se por o poldro com um velho castrado tranquilo e alimentar
o poldro artificialmente com um biberon e/ou com um balde.
Ter uma area ampla (pelo menos 4m x 4m), limpa e com uma
cama alta e confortavel e onde a égua possa parir sozinha é a situação
ideal. |
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