Higiene e profilaxia
texto: A. e J. Ferreira
foto: Paula da Silva


 

Quer se trate de doenças infecciosas, bacterianas ou virais, de doenças parasitárias externas ou internas, quer se trate, enfim da condição geral da manada ou do efectivo de cavalos de desporto e de passeio, a prevenção deve ser a primeira preocupação do profissional.

A higiene geral é uma das condições essenciais para o sucesso de toda a prevenção, médica e sanitária. Como se conhece a susceptibilidade do cavalo ao seu meio ambiente, que na maior parte dos casos é um ambiente artificial, devemos dedicar-lhe especialmente esforços de higiene neste sentido.

*Locais e meios de transporte

 


autora da pintura: Anabela Ferreira

Eles devem estar limpos, claros e arejados. As poeiras do ar ambiente são um factor muito importante no aparecimento de doenças respiratórias. Nos efectivos, é muito importante poder isolar os recém chegados (colocação em quarentena) e também isolar os cavalos desde o inicio da evolução ou desde que exista uma suspeita duma doença infecciosa que sabemos poder ser contagiosa. Reboques ou os camiões que servem para o transporte dos cavalos devem ser regularmente limpas e eventualmente desinfectadas. As campanhas de desinfecção e de desratização assim como desinsfestação de insectos devem ser levadas a cabo pelo menos uma vez por ano.

*Material de Arreio e de Limpeza

Eles devem estar à medida e tratados e se possível ser individuais. É conveniente evitar uma grande promiscuidade do material livre entre cada cavalo dum efectivo. Por exemplo, quanto mais os suadouros e as selas estiverem em contacto umas com as outras, maiores são os riscos de contaminação, por exemplo quando um cavalo apanha a "Tinha".

Todas estas recomendações também são válidas para o material de limpeza, em particular para as escovas e material para limpar os cascos.

Mantas, suadouros e todo o material que se pode lavar deve ser lavado de cada vez que está sujo, porque os cavalos com o contacto frequente com mantas e suadouros sujos apanham facilmente doenças da pele e estas não são muito faceis de curar.

*Alimentos e Camas

Estas devem estar armazenadas em boas condições (local igualmente arejado, protegido da humidade que é favorável ao desenvolvimento do mofo por exemplo) evitando, sempre para protecção das infecções respiratórias, que as forragens sejam armazenadas ao pé das boxes, poluindo assim a atmosfera com substâncias irritantes para o aparelho respiratório. A cama deve ser tratada duas vezes por dia, afim de evitar uma grande humidade, prejudicial aos pés do cavalo, principalmente dos seus cascos. Da mesma forma, a limpeza das boxes diminui a contaminação da atmosfera por substâncias voláteis produzidos no esterco e que são susceptíveis de irritar o aparelho respiratório, como a amoniaca. A limpeza da box deverá ser sempre feita com o cavalo no exterior pelas mesmas razões de prevenção de irritação do aparelho respiratório.

A estrumeira nao deve ficar a menos de 200m das boxes, segundo a lei de muitos paises e segundo a logica e o bom senso.

*Pastagens

 

vedações de arame farpado
photo: P. da Silva

O número de cavalos nos paddocks e nas pastagens deve ser razoável, com risco de aumentar sensivelmente o nível de contaminação parasitário e com os consequentes riscos de infecções parasitárias dos cavalos que aí permanecem. É possível determinar o nível de contaminação realizando uma amostra que será analisada no laboratório de parasitologia. É possível ainda diminuir esse nível efectuando rotações de pastagens ou utilizando a pastagem alternadamente entre os cavalos e outras espécies como os ruminantes.

No registo da prevenção de feridas, não deveria mais haver nenhum equídeo nas pastagens onde as vedações são de arame farpado: com efeito as feridas provocados por este são muito frequentemente graves porque são dilacerações complicadas necessitando por vezes tratamentos longos e onerosos, por vezes mesmo sem cura.

Numa coudelaria o ideal seria ter 2 ha de terreno semeado de tres em tres anos para cada cavalo, de maneira a poder usar só metade das pastagens de cada vez, repousando ou trabalhando a outra metade.

*Pessoal

 

vedações de arame farpado
photo: P. da Silva

A higiene geral clássica deve ser uma regra de ouro. A lavagem frequente das mãos, a limpeza das botas ou dos sapatos são condições que permitem assegurar um ambiente correcto tanto sobre o plano da prevenção de certas doenças infecciosas como do bem estar geral dos cavalos.

O pessoal deveria usar luvas durante a medicação dos cavalos.

*Administração de medicamentos

Toda a injecção deve ser ministrada depois da desinfecção do local. Esta é efectuada geralmente com álcool a 70º mas por um lado deve ter em atenção que deve esfregar o algodão até que este fique limpo depois da utilização, por outro lado e sobretudo deve aguardar cerca de um minuto para que o álcool seja embebido e realize a sua acção anti-séptica correcta do local.

Anabela e Jorge Ferreira

 


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