"UNIR OS POVOS DA AMÉRICA LATINA E DO MUNDO

CONTRA O PLANO COLÔMBIA".

 

Não podemos permitir que o governo norte americano leve a cabo seu Plano de guerra, destruição e de hegemonia total na América Latina, um plano previsto para durar sete anos a partir de 2001.

Não podemos permitir que em nome do "combate ao narcotráfico", os EUA tomem posse da Amazônia e fiquem com a água, petróleo, urânio e a biodiversidade da região em nome da "internacionalização" da Amazônia utilizando-se de armas biológicas, fumigando desfolhantes sobre as plantações de coca (até o fungo transgênico: Fusarium Oxysporum cujas conseqüências nunca foram testadas) que descerão pelos rios por toda a Amazônia (brasileira e colombiana).

Quanto ao "combate ao narcotráfico", é incrível a hipocrisia dos EUA que consomem 70% da droga produzida na Colômbia, além de terem, por ano, 50% dos 500 bilhões dólares, fruto do rendimento do tráfico de drogas, circulando no seu sistema financeiro.

É bom lembrar que a folha da coca é um produto colombiano e latino americano usado in natura há séculos pelos indígenas, para fins medicinais e rituais religiosos, enquanto que a transformação em cocaína é um processo químico complexo, que depende de insumos de alta tecnologia que são fornecidos principalmente pela indústria estadunidense, tais como o éter.

Por trás da intervenção militar está também a estratégia americana de implementação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) e da realização da antiga doutrina ianque: "A América para os americanos (do Norte)".

O governo norte americano vem discutindo com os governos dos países vizinhos da Colômbia a participação militar destes no "Plano Colômbia" enquanto que analistas militares internacionais, inclusive europeus, prevêem que esta guerra se espalhará pela América Latina.

A ex-Secretária de Estado dos EUA Madeleine Albrigth declara abertamente que "os problemas da Colômbia vão além de suas fronteiras e têm implicações para a segurança e estabilidade regional" (Clarin, Buenos Aires 11/08/99).

A preocupação do governo dos EUA é com a situação cada vez mais explosiva da América Latina em razão do agravamento da miséria e do desemprego e o conseqüente crescimento dos movimentos de resistência e combate tais como o zapatismo, no México, os movimentos dos sem terras no Brasil e Paraguai, movimento indígena e popular no Equador, explosões sociais na Bolívia, Argentina, Chile, além da nova situação política na Venezuela com a eleição de Hugo Chaves e das próprias guerrilhas colombianas.

É claro que um dos objetivos fundamentais do Plano Colômbia é a destruição de todos estes movimentos populares, armados ou não, da América Latina.

Quando o jornal americano "Boston Globe" falou pela primeira vez na provável vietnamização do conflito, esqueceu de dizer que eles aprenderam com a derrota naquele país do sudeste asiático, que levou o povo norte americano a se levantar contra a morte de soldados do EUA. Desta vez pretendem dirigir a guerra através dos seus assessores militares na Colômbia e outros países vizinhos, enquanto que as tropas utilizadas serão de soldados latino americanos, sendo que no primeiro momento serão colombianas.

Apesar do discurso de não engajamento direto dos países vizinhos no "Plano Colômbia" , a maioria se prepara para a guerra e já entraram na corrida armamentista.

Para dar apenas um exemplo: no Brasil, só para a FAB (Força Aérea Brasileira) foi aprovado um orçamento total de US$ 3,3 bilhões dos quais 1,05 bilhão serão utilizados para saldar o contrato assinado, sem licitação pública, com a empresa privatizada EMBRAER, na qual foram encomendados 99 aviões caças ALX, além da modernização de 47 aviões F5 e 53 AMX. Além deste contrato foi aberta a licitação para compra de outros caças supersônicos (Folha de São Paulo 06/01/001). O exército brasileiro em agosto de 2000 antecipou a compra de 8 helicópteros Cougar equipados com lança mísseis e capacidade para 25 soldados.

Os 1,3 bilhão de dólares que os EUA estão entregando ao governo Pastrana, para o "Plano" serão utilizados principalmente em armas, e é parte de um orçamento previsto inicialmente de US$ 7,5 bilhões para o "Plano Colômbia "

Quando toda esta máquina de guerra entrar em ação, dificilmente será contida, inclusive porque o esforço de guerra passará a alimentar a insaciável ganância da monstruosa industria armamentista mundial.

Sabemos também que a CIA tem métodos maquiavélicos e eficientes para resolver os problemas da "ambigüidade e vacilação" dos países latinos americanos para participar direta e assumidamente na guerra. Basta que militares, paramilitares ou mercenários, disfarçados de guerrilheiros colombianos, ataquem soldados dos países fronteiriços para obrigar estes países à entrarem oficialmente na guerra ao lado dos imperialistas e das forças armadas colombianas.

 

AO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

O Comitê Permanente de Solidariedade aos Povos em Luta de São Paulo – Brasil, fundado em 12/09/2000, com a participação das entidades abaixo relacionadas, é um Comitê aberto que tem como objetivo a solidariedade ativa, como já diz o seu próprio nome, à todas as lutas de todos os povos que buscam a sua libertação, combatendo todas as formas (abertas ou veladas) de intervenção e agressão militar das potências imperialistas. O Comitê tem tido especial atenção para a luta que ora se trava na Colômbia e tem organizado a denúncia à população e as ações de protesto contra o "Plano Colômbia".

As denúncias têm sido feitas através de palestras e debates em escolas universidades, entidades e bairros de São Paulo. Assim como protestos, passeatas e atos públicos com amplas panfletagens.

O Comitê tem incentivado e participado da construção de comitês regionais ou por local de estudo e trabalho.

 

PROPOSTAS PARA A REUNIÃO DA OFICINA DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

O Comitê propõe a realização de uma oficina específica sobre o "Plano Colômbia", como já foi apresentado à organização do Fórum por entidades vinculadas do Comitê.

Para a questão: "Plano Colômbia" estaremos apresentando a proposta de formação de comitês em todos os estados do Brasil, onde for possível, a exemplo dos que já existem em São Paulo e Rio de Janeiro; assim como em todos os países latino americanos em especial, mas também nos outros continentes, para que possamos encaminhar ações internacionais de solidariedade coordenadas contra o Plano Colômbia.

Além disso, propomos a realização de uma passeata, aqui em Porto Alegre, ao Consulado norte americano, para expressar nossa repúdio ao Plano Colômbia e nossa solidariedade ao povo colombiano em luta.

Outra proposta que fazemos é a da realização de uma reunião internacional em 12 de outubro de 2001, em São Paulo, para articular a luta internacional de repúdio ao Plano e de solidariedade ao povo colombiano e para qual chamamos todos para a sua viabilização, organização, construção e realização.

 

Comitê Permanente de Solidariedade aos Povos em Luta - SÃO PAULO (BRASIL)

 

Janeiro de 2001

Para nos contatar use o e-mail: povos_em_luta@bol.com.br

Entidades que integram o Comitê:

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – EP (FARC-EP); Exército de Libertação Nacional ELN – (Colômbia); Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Partido Comunista Revolucionário (PCR); Comitê de Solidariedade aos Povos em Luta do Rio de Janeiro (CSPL); Espaço Marx; Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp); Sindicato dos Advogados; SINTAEMA - Partido Comunista do Brasil (PC do B); Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU); Juventude Rebelião; Movimento Negro Unificado (MNU); Jornal "A Verdade"; Jornal "Inverta"; Partido Comunista Brasileiro (PCB); Estratégia Revolucionária; Comitê de Solidariedade às Comunidades Zapatistas; Espaço Cultural Florestan Fernandes (Guarulhos/SP); Instituto Mário Alves; Juventude do PT; Partido Comunista Marxista Leninista (PCML); Comitê de Carapicuíba; Grupo de Mulheres do PT (Guarulhos/SP); Socialismo Revolucionário - SR (Tendência Interna do PT); Comitê Avante Zapatista; Ação Socialista; Grupo Cultural Cacorê; Associação dos Freqüentadores e Amigos da Praça Ramos/SP (AFAPRAZ); Movimento Luta Bancária; Associação dos Funcionários do Banespa (AFUBESP); Secretária de Combate ao Racismo do PT; Comitê São Paulo pela Libertação de MUMIA ABU-JAMAL; Diretório Acadêmico XI de Agosto; Deputado Estadual Dr. Jamil Murad/PCdoB-SP - DP ITALIA

Além de companheiros independentes, tais como:

Estudantes de 1º e 2º grau; Estudantes da USP; Estudantes da PUC; Professores do 1o. e 2o. Grau de Diadema